quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ordenação Presbiteral


Jacareí, 19 de junho de 2010

Querido amigo, querida amiga...
Paz e Alegria!

“Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia, antes de saíres do ventre, eu te consagrei e te fiz profeta para as nações”. Estou há alguns dias da ordenação sacerdotal. Um chamamento ao sacerdócio só pode acontecer no seio de uma relação de fé e de amor por Jesus Cristo. A vocação é, antes de mais, uma atração por Jesus Cristo. O próprio Senhor nos disse: “Ninguém vem a mim se o Pai não o atrair” (Jo 6,44). A vocação é uma atração de amor, um convite a segui-lo, a dar-lhe a própria vida, a identificar-se com Ele e com a sua missão; é participar do amor que Ele tem pela Igreja.
       O Senhor chama aqueles que convida, que atrai, para uma mais radical intimidade de amor. Como posso recusar um desejo, um convite a participar mais radicalmente na missão redentora? O segredo da vocação sacerdotal é descobrir que o Senhor encerra os segredo da nossa vida, da nossa liberdade, da nossa felicidade.
Nesse momento da minha vida o mais precioso testemunho que posso dar é esse: o do amor de Jesus Cristo, da sua delicada fidelidade em todas as circunstâncias. A primeira certeza desse amor é o sentir-me escolhido. Ele próprio recorda: “Não fostes vós que me escolhestes, fui eu que vos escolhi e vos instituí, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16). Só quem nunca amou não sabe saborear o fato de ser escolhido. O sacerdote sente que esta escolha do  Senhor é contínua, se renova em cada dia e em cada missão, sempre que Ele nos envia ao encontro dos irmãos. Sinto que esta escolha é a fonte da fecundidade da minha vida e do meu ministério.
       O sacerdócio assenta numa misteriosa amizade de Jesus Cristo. A sua promessa de amizade perene permanece no coração como fonte de generosidade no serviço, força nas dificuldades, disponibilidade para a missão: “Não vos chamo servos, porque o servo não participa nos segredos do seu Senhor; chamo-vos amigos, porque tudo o que aprendi de meu Pai, vo-lo dei a conhecer” (Jo 15,15). Esta amizade de Jesus faz-me entrar nos seus segredos, porque partilha comigo o que de mais íntimo Ele tem: a sua intimidade com o Pai. O exercício do meu  sacerdócio quer ser o lugar contínuo da revelação do amor de Deus por cada pessoa, pela Igreja, pelo mundo e como salesiano padre, a exemplo de Dom Bosco, aos jovens!
      O Senhor deseja que este amor cresça, se aprofunde e permaneça para a eternidade. “Como o Pai me amou, Eu vos amei. Permanecei no Meu amor” (Jo 15,9). Esta experiência de ser amado por Jesus Cristo torna-se, pouco a pouco, no maior tesouro da minha vida. Permanecer no amor de Cristo significa, antes de mais, deixarmo-nos amar por Ele, à sua maneira, com as suas exigências, aceitando com Ele o perene e contínuo sacrifício da Cruz.
Muito obrigado por fazer parte da minha vida, por de alguma forma fazer-se presente nesse momento ímpar. Tenha a certeza de que nas minhas primeiras missas você e sua família estarão nas minhas intenções de forma especial!
“O Senhor te abençoe e te guarde!
O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti!
O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!” (Num 6,24-26)

Em Dom Bosco, para servir

Diác. Paulo Manoel de Souza Profilo, SDB

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